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Mortes de onças geram movimento que pede fim de caçadores e maior rigor na legislação

Mortes de onças geram movimento que pede fim de caçadores e maior rigor na legislação

Até o momento, não há confirmação de onde foi e quando o vídeo foi registrado; ambientalistas indicam que o caso pode ter ocorrido no Pantanal

Crueldade define as imagens fortes que circularam nas redes desde o último final de semana e geraram comoção social sobre a proteção das onças no Brasil. No vídeo gravado, é possível ver um filhote de onça-pintada, vivo, amarrado ao lado do que seriam as cabeças da sua mãe e irmão, mortos. Entidades de defesa animal e ambientalistas se posicionaram pelo o fim da crueldade e caça de animais e pedem maior rigor na legislação contra esse tipo de crime.

Até o momento, não há confirmação de onde foi e quando o vídeo foi registrado. Ambientalistas indicam que, pelas imagens e as características dos animais, o caso pode ter ocorrido no Pantanal. A caça de animais silvestres no Brasil é proibida, de acordo com a Lei nº 9.605/98. A pena para o crime é detenção de seis meses a um ano e multa.

A atual legislação é vista como muito branda por Mauricio Forlani, gerente de Pesquisa da AMPARA Silvestre. Segundo ele, é preciso da aprovação de leis, como o projeto de lei 968/2022, que já tramita no Congresso, para aumentar a punição contra os criminosos que caçam felinos.

Além de se posicionar contra a caça, Forlani alerta que o momento deve ser utilizado para mobilizar a população a cerca das ameaças que os animais silvestres estão submetidos. “A nossa população precisa entender o papel da nossa fauna e, realmente, se revoltar com uma cena como essa, a ponto que toda sociedade seja contra qualquer tipo de caça”, disse ao Primeira Página.

“O vídeo extremamente chocante, embora tenha poucas evidências que mostram a cara dos envolvidos, existem outros casos no Brasil, onde infratores que caçaram onças foram identificados e penalizados”, diz Mauricio, na expectativa que as investigações avancem.

Gustavo Figueirôa, diretor da SOS Pantanal, destaca que os a legislação fraca deixa até os criminosos até à vontade gravar as imagens e continuem matando esses animais. “Eles não têm medo porque sabem que a legislação é fraca e se eles vão ter que responder por esse tipo de crime”, postou numa rede social.

A entidade SOS Pantanal acredita que o caso ocorreu no bioma do Pantanal devido as características das onças que estão no vídeo.

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Onças flagradas no Pantanal de MT. (Foto: Mayke Toscano)

O deputado federal Fred Costa (Patriota-MG) fez um publicação nas redes informando que entrou com ofício encaminhado para a Polícia Federal, Ministério Público Federal e Ibama para investigar a crueldade das mortes das onças.

No Instagram, a ativista Luisa Mell argumentou que o momento é de agir e que, diante de cenas, que não é um caso isolado, irá exigir a mudança na legislação. “Esta é uma das primeiras pautas da Comissão Parlamentar de Direitos Animais. Mas precisamos do apoio popular para conseguirmos”, escreveu.

Como estão as investigações

Em Mato Grosso, a delegada Liliane Murata, da Dema (Delegacia de Meio Ambiente), informou que iniciaram as investigações e alguns contatos na região de Acorizal, no entanto, nada foi encontrado nos locais.

“A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Meio Ambiente, está averiguando a origem das imagens que circulam na internet mostrando cabeças de onças-pintadas e uma amarrada. Não consta, até o momento, nenhum registro de ocorrência sobre tal fato”, informou a órgão em nota.

Ainda na manhã desta segunda, o Ibama disse que não havia recebido a denúncia formal sobre o caso, mas que o órgão teve acesso ao vídeo. “O caso foi encaminhado para investigação a fim de que sejam apuradas informações sobre os autores e o local em que o crime ambiental foi cometido”, diz trecho da nota.

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