Presa suspeita de participar da morte de militar em RO; crime deu início à semana de ataques no estado
Segundo a polícia, assassinato do cabo da PM Fábio Martins, no domingo (12), foi uma ordem do Comando Vermelho. Desde o dia seguinte, novos episódios de violência deixaram 13 pessoas mortas.
Uma mulher foi presa na tarde desta sexta-feira (17), em Sena Madureira (AC), suspeita de envolvimento no assassinato do cabo da Polícia Militar de Rondônia, Fábio Martins. O crime ocorreu no domingo (12), em Porto Velho. Depois disso, foi iniciada uma sequência de ataques atribuídos ao Comando Vermelho pela PM.
Rondônia chegou ao 5º dia consecutivo de uma onda de violência. Desde a segunda-feira (13), 13 pessoas foram mortas: oito durante ataques criminosos e cinco em confronto de suspeitos com a polícia.
Edsandra Costa da Silva foi presa enquanto estava em um táxi que seguia de Rio Branco para o município de Sena Madureira, pela BR-364. O veículo foi interceptado pela polícia, após um bloqueio montado na rodovia pela PM, com apoio da Polícia Rural e do Serviço Ordinário.
Suspeita de matar cabo da PM é presa no Acre — Foto: Polícia Militar do Acre
Antes disso, a suspeita chegou a ser procurada no Orgulho do Madeira, em Porto Velho. A operação tinha como objetivo localizá-la e prendê-la, além de cumprir mandados de busca e apreensão em dois endereços vinculados a ela.
De acordo com o 8º Batalhão de Polícia Militar do Acre, a prisão aconteceu após denúncias sobre a localização da suspeita.
Morte de chefe de facção e retaliação
Dois episódios são investigados como estopim dos confrontos entre a PM e Comando Vermelho: no dia 8 de janeiro um dos chefes foi morto em uma ação policial realizada em Porto Velho. Quatro dias depois, o cabo da PM, Fábio Martins, foi assassinado pela facção dentro do Orgulho do Madeira, onde morava.
Na noite do ocorrido, Fábio estava acompanhado da esposa em casa. De acordo com o depoimento dela, duas mulheres bateram à porta chamando pelo policial. Ele as atendeu e, em seguida, desceu as escadas do residencial acompanhado das duas mulheres.
Pouco tempo depois, a esposa escutou os disparos vindos do térreo e, ao verificar o que havia acontecido, viu o esposo caído no chão, ensanguentado. A PM não informou se a suspeita presa é uma das mulheres que atraiu o cabo para a emboscada.
Além da morte do PM, a polícia investiga ataques a pedestres e patrimônios, como ônibus públicos e privados. A população ficou certa de três dias sem transporte coletivo, depois que as viagens foram suspensas por medo de novos episódios de violência.
A noite mais violenta da semana foi na quarta-feira, quando suspeitos passaram atirando em um grupo de pessoas que estavam em um estabelecimento comercial, na zona Leste de Porto Velho. Quatorze pessoas foram baleados e levadas até unidades de saúde. Desses, sete não resistiram aos ferimentos e morreram. Além disso, no mesmo dia, dois suspeitos foram baleados em confronto com a polícia.
Para ajudar no combate ao crime organizado, o estado recebeu cerca de 60 agentes da Força Nacional e reforços para operar na divisa entre Rondônia e Acre. O governo acreano reforçou o policiamento no Posto Fiscal Tucandeira, que fica na BR-364, em Acrelândia, e enviou uma aeronave para dar auxílio às forças de segurança rondonienses.
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