Sargento é preso suspeito de matar outro policial a tiros dentro de batalhão em MT
De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar, o crime aconteceu dentro do refeitório da unidade policial. O sargento que efetuou os disparos foi encontrado na cozinha ainda com a arma na mão.
Um sargento da Polícia Militar, identificado como Willian Ferreira Nascimento, foi assassinado por um colega de farda dentro do Batalhão de Polícia de São José do Rio Claro neste sábado, 21 de outubro. Suspeito e vítima tinham um desafeto antigo.
Informações preliminares apontam que o suspeito, também sargento Gabriel Castella Cardoso, estava de serviço quando teve uma discussão com Willian. Em meio à confusão, ele teria atirado diversas vezes contra o colega.
Não há detalhes sobre o motivo da discussão. Relatos apontam que havia uma animosidade prévia entre os dois, incluindo casos de assédio moral.
Em nota, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Corrêa Mendes, afirmou que todos os relatos de animosidade prévia serão investigados durante o inquérito policial militar. Ele lamentou o episódio envolvendo “dois irmãos de farda” e ressaltou a necessidade de cuidar da saúde mental dos policiais.
“Encerro dizendo que episódios como ocorrido expressam realidades que muitas vezes só são observadas pela própria consciência e sentimentos de quem vive, e por isso, é tão difícil sua previsão. Cuidemos agora, e curemos, a tropa e a sociedade local que perdeu, cada um à sua maneira, duas referências no combate ao crime”, disse o comandante, em nota.
Confira a nota na íntegra:
Sobre o episódio em São José do Rio Claro
É com atenção que acompanhamos desde ontem o triste episódio envolvendo dois irmãos de farda. Não apenas a PMMT está consternada, mas, principalmente, São José do Rio Claro, onde esses profissionais dedicaram suas vidas e hoje amanheceu de luto; pasma.
Desde as primeiras informações que davam conta de um desentendimento entre dois sargentos, que culminara em disparos de um contra outro, no interior da Unidade Policial, passando posteriormente a relatos de animosidade prévia entre os dois, inclusive rusgas antigas de conhecimento comum, citações apócrifas inclusive de assédio. Tudo isso, agora povoa as redes sociais bem como foi informado pela imprensa local durante a cobertura e, certamente, será apurado pelo inquérito policial militar. Nada do que circula nas últimas horas deve ser estranho ao trabalho rigoroso da investigação.
Para além da tragédia em que nos cabe imediatamente apoiar familiares, tropa e a cidade de São José do Rio Claro, resta ainda o alerta que episódios como esse sinalizam a nós, que é o devido cuidado com o ambiente de trabalho e nossa saúde mental, a nos demandar elevado autocontrole. Pois, considerando a carga emocional que suportamos bem como os níveis de estresse próprios a quem está no front da segurança pública, é necessário que todos estejamos atentos, cuidando de nossa mente e relacionamentos na caserna. Mas não só. Identificando quem está no limite e precisa de ajuda bem como aqueles que saturam negativamente os relacionamentos.
Encerro dizendo que episódios como ocorrido expressam realidades que muitas vezes só são observadas pela própria consciência e sentimentos de quem vive, e por isso, é tão difícil sua previsão. Cuidemos agora, e curemos, a tropa e a sociedade local que perdeu, cada um à sua maneira, duas referências no combate ao crime.
Alexandre Mendes – Cel PM
Comandante-Geral da PMMT
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