Com materiais de ferro-velho do pai, estudante do ES constrói o próprio simulador de corridas de carro
Morador da zona rural de Ibatiba, no Sul do Espírito Santo, Daniel Lima Silva de Oliveira, 17 anos, construiu o equipamento, popularmente chamado de “G27”, com materiais descartados como sucata.
Gostar de assistir canais de tecnologias teve um resultado inesperado para um adolescente da zona rural de Ibatiba, no Sul do Espírito Santo. Morador da localidade de Córrego Boa Vista, o estudante Daniel Lima Silva de Oliveira, de 17 anos, construiu com o auxílio de materiais descartados como sucata um equipamento de corrida automobilístico, popularmente chamado de “G27”.
“É uma história um pouco complicada. Eu sempre acompanhei muito canal de tecnologia, criação de projetos… Eu sempre vi aqueles volantes, é meio difícil comprar um, é meio caro. Um dia, eu vi um canal que eu sigo fazendo um. Mas pra fazer eu precisava de um volante. Papai tinha um volante no ferro-velho aqui e comecei a pesquisar projetos para fazer também”, disse.
De acordo com o estudante, da decisão de construir um simulador até ver o protótipo pronto foram necessárias muita pesquisa e também uma busca constante por materiais que pudessem ser aproveitados no projeto.
No entanto, o fato de o pai dele, Sidney da Fonseca Silva, de 41 anos, ter um ferro-velho ajudou nesta procura e empreitada.
“Eu peguei tudo lá. Foi o que facilitou conseguir a grande parte das coisas. Peguei parte de um câmbio de gol quadrado, no caso seria a alavanca de macha. Molas retiradas de click de botijão de gás, parafusos, rolamentos, fios, botões de micro-ondas velho, parte de um roteador, cabo de internet, entre outros objetos”, disse.
Todos essa engenharia do estudante, acoplada a um computador, se tornou um simulador de corridas de carro.
Estudante do ES construiu simulador de corrida automobilístico com materiais descartados — Foto: Arquivo pessoal
Orientação dentro da escola
Estudante do ES construiu simulador de corrida automobilístico com materiais descartados — Foto: Arquivo pessoal
Além da força de vontade, o acesso à educação foi a mola propulsora para o simulador dar certo. Daniel é aluno do 3º da da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Professora Maria Trindade de Oliveira, localizada no mesmo município.
O estudante precisou trabalhar conhecimentos técnicos em Física, principalmente em mecânica, elétrica e computação, para desenvolver o sistema de reconhecimento de comandos, por meio de um software.
Para esta missão, ele contou com as aulas eletivas de robótica que foram ministradas pelo professor de Física Edilson Marcolino de Souza.
“A gente trabalha com disciplina eletiva e tínhamos uma disciplina de robótica. Quando ele apresentou o projeto, foi necessário agregar um pouco de conhecimento, mas o projeto basicamente foi dele. Só tivemos mesmo que fazer um ajuste mais fino”, disse o professor.
O professor contou ainda que as aulas de robótica resultaram em uma feira de ciências na escola, e que aconteceu no final de 2022.
“Aqui na escola, a gente sempre busca trabalhar com o protagonismo juvenil, saber aprender, pesquisar. Como professor, a gente vai mediando isso para que eles mesmos tenham essa autonomia. Daniel, por exemplo, nem queria inscrever o projeto, que foi um sucesso na feira de ciências. Nem todo mundo tem acesso a esse tipo de coisa aqui na cidade. Ver um simulador automobilístico ali, criado pelo próprio aluno, além do ponto de vista da sustentabilidade, que é bem simples, de sucata, foi bem incrível”, destacou o professor.
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